400 anos da Reforma Protestante no Brasil - 1517-1917

24/10/2017

1. Comunidade Rio Perdido - Santa Teresa /ES
2. Comunidade de Cosmópolis/SP
3. Comunidade Friburgo (Paróquia Indaiatuba) - Campinas/SP
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Estamos a poucos dias do jubileu dos 500 anos da Reforma Protestante. Ao longo dos últimos anos e, em especial, em 2017 centenas de eventos procuraram e procuram lembrar o movimento da reforma e seus desdobramentos na história.

Agora, como foram as celebrações dos 400 anos em terras brasileiras? Esta pergunta aflorou ao ler algumas notas escritas pelo Pastor Martin Begrich, presidente do antigo Sínodo Evangélico Brasil Central no jornal “A Cruz no Sul”. Dizia ele que os festejos dos 400 anos ficaram comprometidos em virtude da entrada do Brasil na I Guerra Mundial. (Veja em anexo.)

Apenas para rememorar. O Brasil permanecera neutro em relação ao conflito até o início do ano de 1917. Um incidente altera esta posição. O ataque a um navio brasileiro no dia 5 de abril gera comoção por causa da morte de 3 brasileiros. Passeatas e manifestações com milhares de pessoas (algumas com ataques e depredações a estabelecimentos alemães ou de descendentes) forçaram o rompimento das relações diplomáticas com o bloco germânico no dia 11 de abril. Novos incidentes em outubro (ataques a navios brasileiros) fizeram com que o Brasil declarasse guerra à aliança germânica no dia 26 de outubro de 1917. Ou seja, a poucos dias do Jubileu dos 400 anos da Reforma.

O clima nas cidades em que havia comunidades luteranas estava nada favorável para festejos. Os descendentes de alemães estavam acuados e muito assustados. Entre eles estavam aqueles que tinham atividades religiosas na língua alemã (luteranos, católicos, adventistas, batistas, etc.). A proibição de celebrações em alemão aconteceu em novembro e ela afetou as comunidades luteranas uma vez que os pastores eram em sua maioria enviados da Alemanha.

O que fazer para evitar que o jubileu ficasse despercebido? Como deixar uma marca do jubileu dos 400 anos? Eis que o Sínodo Evangélico do Brasil Central fez em São Paulo a impressão de um quadro de Martim Lutero com a inscrição “1517 Eine feste Burg ist unser Gott 1917”( “1517 Castelo forte é nosso Deus 1917”). Os quadros foram distribuídos nas comunidades do sínodo e entregues também a outras denominações evangélicas.

Alguns destes quadros resistiram ao tempo. Vamos apresenta-los logo abaixo.

1. Comunidade Rio Perdido (Paróquia Santa Teresa/ES) – Uma senhora, membro desta comunidade preservou o quadro em sua residência como herança de seus antepassados. As comunidades desta área do Espírito Santo estavam filiadas ao Sínodo Evangélico do Brasil Central.

2. Comunidade de Cosmópolis/SP – A Comunidade localizada no Núcleo Campos Sales (Cosmópolis) preservou a impressão no espaço da escola comunitária. Com a venda da escola em 1980 e a transferência de materiais para a sede do município, um membro resgatou a impressão e a emoldurou com vidro. Atualmente está pendurado na parede lateral junto ao altar da igreja em Cosmópolis/SP.

3. Comunidade Friburgo - Campinas/SP - Situada no município de Campinas/SP, a comunidade pertence à Paróquia de Indaiatuba. O quadro estava na residência de Reinado Wulf que foi membro ativo da comunidade, integrando o presbitério em várias gestões. O quadro foi resgatado e restaurado pelo neto Wainer Quitzau membro da comunidade em Indaiatuba/SP.


(Caso haja outros quadros, não apresentados nesta galeria, encaminhem uma foto para portal@luteranos.com.br com a história de sua trajetória de preservação ou outras informações relacionadas.)

Rolf Schünemann
 


Autor(a): Rolf Schünemann
Âmbito: IECLB
Área: História / Nível: 500 Anos Jubileu
ID: 44419
HISTÓRIA
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É totalmente insuportável que em uma Igreja cristã um queira ser superior aos outros.
Martim Lutero
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