Igreja de Jesus Cristo no sudeste brasileiro
Agora, são novos 500!
A maioria das Comunidades e Paróquias do Sínodo Sudeste está inserida nas metró- poles brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas, entre outras. Algumas Comunidades ainda têm membros ligados à agricultura, porém, já com acesso aos meios de comunicação, que igualmente os conectam à vida urbana.
Nesse sentido, o Sínodo Sudeste tem diante de si o enorme desafio de anunciar a Palavra de Deus e participar da sua missão em um contexto urbano, no qual a pluralidade cultural e social e a convivência entre as pessoas estão majoritariamente marcadas por injustiça, violência, desemprego, pobreza e falta de oportunidades iguais para todas.
As Comunidades têm o compromisso de anunciar a graça e o amor de Deus em meio à realidade de pessoas afetadas por indiferença e omissão dos órgãos públicos, medos, desagregação familiar e perda dos seus valores. Lideranças, Ministros e Ministras acolhem, acompanham e orientam Comunidades, grupos, famílias e pessoas na vivência da fé cristã e comunitária, no testemunho do Evangelho e na prática diaconal do amor de Deus em busca de uma vida digna para todas as pessoas. Por meio das suas Comunidades e Paróquias, o Sínodo Sudeste dá testemunho do amor de Deus no sudeste brasileiro, apontando para os sinais de uma nova vida, marcada por paz, fruto da justiça.
O Sínodo Sudeste abrange parte do Estado de São Paulo, parte do Estado de Minas Gerais e todo o Estado do Rio de Janeiro. Ele conta, aproximadamente, com 19 mil membros, distribuídos em 28 Paróquias (41 Comunidades e 56 Pontos de Pregação). Devido às grandes distâncias e para facilitar a comunhão com os membros, o Sínodo está organizado em quatro Núcleos: União Paroquial São Paulo, União Paroquial Região de Campinas, Núcleo Minas Gerais e Núcleo Rio de Janeiro. Além do trabalho eclesiástico, o Sínodo participa ativamente da construção de cidadania por meio de 11 instituições diaconais, sobretudo nas grandes cidades.
Em função da sua herança histórico-cultural, o Sínodo Sudeste ainda está aprendendo a ser Igreja voltada para as necessidades das pessoas, nos centros urbanos, nos quais as Comunidades estão inseridas. Enquanto ainda estrutura paroquial rural, as Comunidades não viam necessidade de fazer missão ou de implantar iniciativas diaconais, pois a vida comunitária fazia parte da existência diária das pessoas. A Igreja ocupava o centro da sua vida e todas as pessoas se conheciam e se amparavam mutuamente.
Ao migrar e se instalar como Comunidade urbana, geralmente em bairros mais periféricos, a Igreja se confrontou e continua se confrontando com inúmeras dificuldades, pois o modelo paroquial rural não combina mais com a realidade urbana. Quanto maior a cidade, maiores são as ofertas e os empecilhos nela existentes, maior é o isolamento das pessoas. Tudo isso dificulta a vivência comunitária e familiar que as pessoas de confissão luterana estão acostumadas.
É preciso descobrir uma nova dinâmica de missão e evangelização, além de uma comunicação mais eficiente, para cativar as pessoas e mantê-las vinculadas e compromissadas com a vivência comunitária, assim como a concebemos. Enquanto isso, outros grupos religiosos, urbanos, arrebanham multidões, porém, sem estarem preocupados com edificação de Comunidade, pertença ou compromisso sociodiaconal.
Nesta aprendizagem contínua, o Sínodo experimentou várias alegrias em 2017, quando os Núcleos e as Comunidades planejaram, organizaram e comemoraram o Jubileu dos 500 anos da Reforma. Em São Paulo, o Dia da Igreja reuniu 750 pessoas. Em Campinas, 650 pessoas. No Rio de Janeiro, 300 pessoas. Além disso, foram realizadas celebrações ecumênicas no dia da Reforma, que reuniram multidões: em Belo Horizonte, por exemplo, participaram 900 pessoas.
Praticamente em todas as Paróquias houve grande participação nas celebrações: Rio de Janeiro, Petrópolis, Juiz de Fora, Campinas, Limeira, Teófilo Otoni, Rio Claro, São Paulo, entre outras. Em quase todas as cidades onde a IECLB está presente, houve Sessões Solenes nas Câmaras de Vereadores e nas Assembleias Legislativas, quando Ministros, Ministras e lideranças luteranas puderam expor os fundamentos da confissão luterana. Notório também foi o destaque que a imprensa deu aos eventos dos 500 anos da Reforma!
P. Geraldo Graf | Pastor Sinodal do Sínodo Sudeste